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Unemat em parceria com outras instituições regionais e nacionais pesquisa impactos das queimadas na saúde humana
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Unemat em parceria com outras instituições regionais e nacionais pesquisa impactos das queimadas na saúde humana
08/02/2007 14:32:52
por Coordenadoria de Comunicação Social
Queimadas afetam diretamente a saúde
Queimadas afetam diretamente a saúde

Pesquisa do Departamento de Enfermagem dos Câmpusde Alta Floresta, Cáceres e Tangará da Serra, conclue que crianças com idade até cinco anos são as principais vítimas das queimadas nas cidades de Alta Floresta e Tangará da Serra. Desde o ano 2000, do total de internações de menores de 5 anos de idade em hospitais públicos e conveniados ao SUS nos dois municípios, em média 50% são de crianças com quadro clínico de pneumonia. No caso de mortalidade de crianças por doenças respiratórias, de 2000 a 2005 as duas cidades apresentaram taxas mais elevadas que as registradas na cidade de São Paulo. O município de Cáceres não foi pesquisado, mas acadêmicos do campus da Unemat, na cidade, participaram do projeto.

A pesquisa "Avaliação do Efeito das Queimadas à Saúde Humana na região do Arco do Desmatamento", realizada pela Escola Nacional de Saúde Pública(FIOCRUZ) em parceria com da Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Universidade Estadual do Rio de Janeiro (IMS/UERJ), Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC) e da Fundação Ecológica Cristalino (FEC) vem buscando avaliar em 7 estados da Amazônia o impacto ambiental decorrente da queima de biomassa e o perfil epidemiológico de ocorrências de doenças respiratórias das populações expostas às queimadas em 774 municípios amazônicos. Desse total, foram escolhidas as cidades de Alta Floresta e Tangará da Serra em razão do maior número de focos de queimadas, maior área desmatada em toda a Amazônia e das taxas altas de mortalidade e internações por doenças respiratórias em crianças e idosos desde o ano 2000 . Foram levantados dados de óbitos e internações pelo SUS no período de 2000 a 2005 dos sistemas de informação do Ministério da Saúde.

A coordenadora da pesquisa em Mato Grosso, Eliane Ignotti, professora do Departamento de Enfermagem da Unemat, conta que foi preciso fazer uma pesquisa minuciosa nos registros dos atendimentos ambulatoriais (em papel) de boletins de atendimento nas unidades básicas de saúde desde 2000 formando um banco de dados de 60 mil atendimentos só em Alta Floresta. Já no caso de morte em crianças até 5 anos, foram construídas séries históricas até 2006. Além disso, os pesquisadores realizaram exames de capacidade pumonar em 300 alunos em uma das escolas públicas de Alta Floresta. E a partir disso foram feitos exames diários de pico expiratório destas crianças. Nesta etapa participaram alunos do curso de Ciências Biológicas do campus da Unemat em Alta Floresta e pesquisadores da Fundação Cristalino.

Numa avaliação preliminar dos dados já colhidos , a pesquisa mostra que de 2000 até 2006, do número total de internações por doenças respiratórias, 12,48% foram de casos de faringite, laringite, amidalites. Outros 27,37% foram por causa de asmas e 42,39% estavam ligados a pneumonias. No caso de asmas, 52% eram de crianças entre 5 a 15 anos. As pneumonias representaram 74% para a faixa entre 28 dias e menores de 5 anos. "Identificamos que os casos tanto de mortalidade como de internações foram maiores nos anos de 2004 e 2005. Em 2004 Alta Floresta teve 21.122 focos de queimadas e em 2005 foram 19.145 mil focos," comenta Eliane.

As pneumonias atacam mais as crianças pequenas em função da fragilidade pulmonar desses indivíduos. A queima de biomassa( florestas e pastagens) produz uma fumaça muito tóxica, formada por materiais particulados finos(2,5 microgramas), com alta produção de monóxido de carbono e dióxido de carbono(CO2) , considerados tóxicos à saúde humana. Esses elementos químicos entram na corrente sanguínea e em função da fragilidade dos bebês causam pneumonias que têm levado a morte. Outro grave impacto das emissões de CO2 formadas pelas queimadas é o aquecimento global. O resultado final da pesquisa será apresentado em julho para a sociedade mato-grossense.

Coordenadoria de Comunicação da Unemat

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